sábado, 12 de janeiro de 2013

Dez anos da morte do Cacique Marcos Veron

Dez anos da morte do Cacique Marcos Veron
Dia 10 de janeiro de 2013 dez anos da morte do Cacique Marcos Veron. 
Em janeiro de 2003, um grupo guarani-kaiwoá estava acampado na fazenda Brasília do Sul, em Juti (MS), propriedade localizada em terras indígenas então reivindicadas pelos kaiwokás. Nessa ocasião, quatro homens armados efetuaram disparos contra os índios, além de os espancarem e ameaçarem. O ataque, cujo objetivo era expulsar o grupo da área ocupada, resultou na morte do cacique Marcos Veron que, à época, com 72 anos, foi levado ao hospital com traumatismo craniano, mas não resistiu às agressões.

Dos quatro acusados de participar do crime, três foram levados a júri popular: E.R., C.R.S. e J.C.I, sob as acusações de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e meio cruel, seis tentativas de homicídio, seqüestros, tortura e formação de quadrilha armada. Um deles, N.A.O., está foragido e teve seu processo desmembrado dos demais e, posteriormente, suspenso. Suspeita-se que estes quatro tenham agido a mando do proprietário da fazenda, J.H.S.F., que também será julgado, mas em processo desmembrado.

O Conselho Indigenista Missionário (CIMI), vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), aponta o Mato Grosso do Sul como estado líder em violência contra a população indígena. Por meio de nota, o MPF (Ministério Público Federal) destacou que se trata de um julgamento histórico, na medida em que foi a primeira vez que acusados pela morte de um indígena, em MS, foram para o banco dos réus.Enfim, depois de sete anos da morte do cacique Veron, o júri foi marcado para abril de 2010, em São Paulo, mas acabou sendo postergado para maio do mesmo ano. Na nova data, as testemunhas indígenas foram impedidas de se expressar no tribunal em sua própria língua, com a presença de um intérprete, o que fez o procurador da República Vladimir Aras abandonar a sessão em protesto. O julgamento foi suspenso.

No dia 21 de fevereiro de 2010, o julgamento foi retomado e, depois de cinco dias de júri, os três réus foram absolvidos pela acusação de homicídio, mas condenados a 12 anos e três meses por seqüestro, tortura e formação de quadrilha. 

A sentença foi proferida pela juíza da 1º Vara Criminal Federal, Paula Mantovani Avelino. Como já passaram quatro anos e oito meses sob prisão preventiva e ainda podem apelar ao TRF, os três poderão esperar por um segundo julgamento em liberdade.

Uma comissão de indígenas acompanhou o julgamento. Entre eles estava Ládio Veron, filho do cacique morto e uma das vítimas de tortura, que, após a decisão, desabafou: “A gente fica sem saber. Eles foram condenados, mas não vão ficar presos. Meu pai foi morto, e oito anos depois não tem um assassino nem o mandante”.
“A vitória completa seria a condenação dos réus também pelos homicídios e tentativas de homicídio”, declarou o procurador do MPF, Luiz Carlos Gonçalves, responsável pela acusação. Ele considerou o resultado uma vitória parcial, ressaltando que “a mensagem que fica é que a comunidade indígena tem direitos e que a violência é intolerável”.
Em nota, o CIMI (também) manifestou indignação e preocupação: “A decisão que acolheu parcialmente as alegações do MPF, mas que não reconheceu a prática do crime de homicídio praticado contra o cacique e da tentativa de homicídio contra seus familiares, e o fato dos acusados poderem recorrer da sentença em liberdade, traz relevante indignação e preocupação desta entidade pela impunidade do fato e pelas consequências deste precedente".
Os índios guarani-kaiowá enfrentam uma das piores situações entre os povos indígenas ainda existentes no Brasil: eles apresentam elevados índices de suicídio e desnutrição infantil. Um dos principais motivos para as condições desse povo é o confinamento em pequenas parcelas de terra e, sem alternativas, os índios tornam-se alvos fáceis para aliciadores de mão-de-obra e terminam como escravos em usinas de açúcar e álcool.
A propriedade reivindicada pelo grupo de que fazia parte o cacique Marcos Veron é parte da Terra Indígena Taquara, declarada de posse permanente dos guarani-kaiowá após 11 anos do início dos estudos de identificação e delimitação.

(Érica Akie Hashimoto

Cacique Raoni para o prêmio Nobel da Paz!


Cacique Raoni para o prêmio Nobel da Paz!



Queremos que Raoni seja indicado ao Prêmio Nobel da Paz para sensibilizarmos o planeta para estas questões que são do interesse de todos. Com seu apoio, podemos salvar os índios, as populações ribeirinhas, o rio e a floresta.
Breve histórico de Raoni:
Raoni Metuktire nasceu no estado brasileiro de Mato Grosso, em uma vila chamada Krajmopyjakare (que hoje se chama Kapôt). Ele é o filho do líder Umoro, do ramo dos caiapós conhecido como metuquitire. Sua infância foi marcada por muitas mudanças de endereço (o povo caiapó é nômade) e por numerosas guerras tribais. Guiado por seu irmão Motibau, Raoni começou, com a idade de quinze anos, a instalar seu famoso disco de madeira pintado de forma cerimonial e portado sobre o lábio inferior.
Foi em 1954 que Raoni e os caiapós encontraram pela primeira vez os homens brancos. Aprendeu a língua portuguesa com os Irmãos Villas Boas, famosos indigenistas brasileiros. Encontrou-se com o rei Leopoldo III da Bélgica em 1964, quando ele estava em expedição dentro das reservas indigenas protegidas do Mato Grosso. Em 1978, foi tema de um documentário intitulado Raoni O aumento do interesse dos meios de comunicação brasileiros pela questão ambiental fez dele um porta-voz natural da luta pela preservação da floresta amazônica.
Em 1984, apareceu em público armado e pintado para a guerra a fim de negociar com o ministro do interior, Mário Andreazza, a demarcação de sua reserva. Durante a reunião com o ministro, deu-lhe um puxão na orelha e lhe disse: Aceito ser seu amigo. Mas você tem de ouvir índio.
Mas foi depois do encontro com o cantor Sting no Parque indígena do Xingú em 1987 que Raoni alcançou notoriedade internacional. Em 12 de outubro de 1988, participou, com Sting, em Sao Paulo, no Brasil, de uma conferência de imprensa da turnê Human Rights Now! da Anistia internacional.
Em fevereiro de 1989, Raoni foi um dos mais ferozes opositores ao projeto da barragem de Kararaô. As emissoras de televisão do mundo inteiro estavam presentes para recolher suas propostas em Altamira, no momento de uma gigantesca assembleia de chefes que ficou registrada nos anais daquela cidade. O projeto de barragem foi finalmente abandonado.
Em 1993, o parque foi homologado. Está situado nos estados do Mato Grosso e do Pará. Constitui, hoje, a maior reserva de florestas tropicais do planeta.Outro resultado concreto dessa primeira campanha internacional de Raoni foi o desbloqueamento, de fundos para a demarcação das reservas indígenas brasileiras.Além desses resultados, um dos maiores sucessos da campanha de 1989 foi uma tomada de consciência do grande público da necessidade de proteger a floresta amazônica e suas populações nativas. O presidente francês Francois Miterrand foi o primeiro a apoiar a iniciativa de Raoni, no que foi seguido por Jackes Chirac,  o Papa João Paulo II, dentre muitos outros.
Transformando-se no embaixador do combate pela proteção da floresta amazônica e dos povos indígenas, Raoni Metuktire, depois do ano de 1989, efetuou numerosas outras viagens pelo mundo, como por exemplo uma visita aos esquimós da costa norte de Quebec, no Canadá, em agosto de 2001. Ou a visita ao Japão em maio de 2007. Voltou também à França em 2000, em 2001 e em 2003, recebendo o apoio de Jacques Chirac.
Os diferentes povos indígenas da região do Xingu, dos quais Raoni é o mais célebre representante, lutam para preservar sua cultura ancestral. Raoni encontra-se regularmente com grandes líderes, mas continua vivendo em uma simples cabana, pouco possuindo de bens materiais. Os presentes a ele ofertados são sistematicamente redistribuídos a toda a comunidade.


Raoni contra Belo Monte:
No dia 1º de junho de 2011, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, último entrave à realização da Barragem de Belo Monte, concedeu a licença ao consórcio de empresas brasileiras Norte Energia. Essa informação foi divulgada pelos meios de comunicação e redes sociais do mundo inteiro, acompanhada de uma foto de Raoni chorando, dizendo que suas lágrimas haviam sido provocadas pelo anúncio da validação definitiva da Barragem de Belo Monte. Indignado, o chefe desmentiu formalmente essa informação em seu site oficial: "Eu não chorei por causa da autorização de construção e o começo dos trabalhos no canteiro de obras de Belo Monte. Enquanto eu viver, eu continuarei lutar contra essa construção (...). Será a presidente Dilma Roussef que irá chorar, não eu. Eu quero saber quem deu essa foto e propagou essa falsa informação (...). Será preciso que a presidente Dilma me mate em frente ao Palácio do Planalto. Aí, somente, vocês poderão construir a Barragem de Belo Monte".
Em resposta a todos aqueles que pretendem  desencorajar, Raoni, que, recentemente, recebeu o apoio de personalidades internacionais  lançou uma petição internacional em cinco línguas  contra a Barragem de Belo Monte no seu site oficial.
Em 27 de setembro de 2011, Raoni recebeu o título de cidadão honorário da cidade de Paris das mãos do prefeito Bertrand, em reconhecimento por sua luta em defesa da preservação da Floresta Amazônica. Raoni estava em visita à Europa por conta de sua campanha contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Avelin RosanaSocióloga, Conselheira do Instituto Imersão LatinaO Comitê Mineiro de Apoio a causa indígena,colabora e divulga a petição:
Toda pessoa que se junta a esta campanha aumenta nossa força de ação. Por favor, separe um minuto para compartilhar este link com todos que você conhece:
http://www.avaaz.org/po/petition/Cacique_Raoni_para_o_premio_Nobel_da_Paz/?tMGYIcb
Vamos fazer a mudança juntos,
Cacique Raoni para o prêmio Nobel da Paz
Com a campanha para lançar a candidatura do Cacique Raoni ao Prêmio Nobel da Paz, pretendemos chamar a atenção do país e do mundo para sua luta pela salvação dos povos indígenas e ribeirinhos da Amazônia, bem como pela salvação da floresta e do Rio Xingu, patrimônios do Brasil e do planeta. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Diário Oficial da União publica Relatório de Identificação e Delimitação de Mbarakay e Pyelito, criando a TI Guarani Kaiowá Iguatemipeguá I.

Vamos compartilhar queridos!!! VITÓRIA GUARANI KAIOWÁ!!! DEMARCAÇÃO DA TERRA SAI EM DIÁRIO OFICIAL -
Diário Oficial da União publica Relatório de Identificação e Delimitação de Mbarakay e Pyelito, criando a TI Guarani Kaiowá Iguatemipeguá I.
Leia a matéria: http://bit.ly/VitoriaGuaraniKaiowa
Agora que foi comprovada a expropriação dos indígenas ao longo dos tempos, finalmente podemos respirar aliviados! 
Parabéns a todos os bravos guerreiros que lutaram pacificamente e incansavelmente por suas terras e a todos que apoiaram a causa.
Juntos sempre faremos a diferença!! Vamos que vamos!!!



do site Combate ao Racismo Ambiental
por Tania Pacheco
Em despacho datado de ontem, 7 de janeiro de 2013, a Presidente da Funai, Marta Maria do Amaral Azevedo, acolheu e aprovou o Resumo do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Iguatemipegua I (Mbarakay e Pyelito), de ocupação do grupo indígena Kaiowá, localizada no município de Iguatemi, Estado do Mato Grosso do Sul.
O despacho está publicado no Diário Oficial (DOU) de hoje, 8 de janeiro (secção 1, p.25-29) , seguido do Relatório, de autoria da antropóloga Alexandra Barbosa da Silva, que é um documento ao mesmo tempo técnico e contundente, justo e indignante, científico e revoltante. Aí vai ele na íntegra, retirado apenas o início com números de processos etc e com o texto separado em parágrafos, ao contrário dos blocos ilegíveis do DOU.

O Resumo merece ser lido por tod@s @s brasileir@s dign@s. A equipe coordenada por Alexandra Barbosa da Silva deu nomes aos “donos dos bois” e a seus asseclas e mostrou claramente como os Kaiowá Guarani foram esbulhados ao longo das últimas décadas. Parabéns a ela e à equipe! Parabéns a todas as pessoas que foram execradas (e nos últimos dias perseguidas pelo Facebook) por terem acrescentado “Guarani Kaiowá” aos seus nomes! Parabéns, acima de tudo, aos Guarani Kaiowá! É a primeira de uma série de vitórias e conquistas que têm que acontecer o mais rápido possível! Que vengan!


Leia mais em:
http://uniaocampocidadeefloresta.wordpress.com/2013/01/08/vitoria-dou-publica-relatorio-de-identificacao-e-delimitacao-de-mbarakay-e-pyelito-criando-a-ti-guarani-kaiowa-iguatemipegua-i/