sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Indígenas Xavantes de Marãiwatsédé lutam pelo direito às suas terras





Indígenas Xavantes de Marãiwatsédé lutam pelo direito às suas terras

  

Habitando há séculos o território de Marãiwatsédé, no norte do estado do Mato Grosso, indígenas da etnia Xavante vem enfrentando a ocupação e ameaças por parte de fazendeiros que tentam expulsá-los de suas terras. Há 14 anos homologada, encontra-se invadida em quase sua totalidade por latifundiários e posseiros. No passado dia 6 de dezembro, após acórdão do Supremo Tribunal Federal anunciado a 17 de outubro, a Justiça em Mato Grosso deu início à entrega das intimações para a retirada dos ocupantes ilegais das terras ancestrais.
O jornalista Felipe Milanez, especializado em questões indígenas, escreveu:
O território xavante, chamado Marãiwatséde, está no centro de um eixo de escoamento de soja e gado, onde o governo federal quer asfalta a BR-158. O traçado ficaria fora da reserva, e da Ferrovia Centro-Oeste, que liga as cidades de Campinorte (GO) e Lucas do Rio Verde (MT).
A disputa por este território expõe a dificuldade do governo em controlar os conflitos fundiários na Amazônia. Os pequenos posseiros, tradicionais inimigos dos índios na região, deram lugares aos grandes ruralistas – que se negam a deixar o território. A pressão externa tem provocado divisões internas dos Xavantes, que colocam em risco a vida das principais lideranças.
Aldeia Xavante. Foto de Felipe Milanez, usada com permissão.
Aldeia Xavante. Foto de Adriano Gambarini/OPAN, usada com permissão.
Ainda segundo Milanez, os problemas começaram em 1966, com a expulsão dos índios da região que, transportados em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) para um outro território Xavante a 400km de distância, foram vítimas de uma epidemia de sarampo que matou ao menos 150 índios, forçando o espalhamento da comunidade por outros territórios indígenas, em uma espécie de “exílio interno no país”. Com a posterior chegada de Ariosto da Riva, um empresário paulista que comprou o território de Marãiwatsédé, a região passa a ser conhecida como Suiá-Missu, um latifúndio com 1,8 milhão de hectares. A terra passou então pelas mãos de diversas empresas até a Eco-92, no Rio de Janeiro, quando a empresa italiana que então detinha posse da terra – a Agip Petrolli – decidiu devolver a terra aos índios.
Como se vê, a terra foi devolvida para ser invadida por fazendeiros e posseiros que, hoje, estão sendo expulsos por decisão judicial favorável aos indígenas. Sobre este processo, iniciado a 10 de dezembro, informa o Greenpeace:
Este é um momento crucial para a desintrusão da terra dos Xavante, processo liderado pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e que conta com respaldo de forças policiais.
Indígenas Xavantes. Foto de Felipe Milanez, usada com permissão.
Indígenas Xavantes. Foto de Felipe Milanez, usada com permissão.
A desintrusão dos posseiros invasores não vem, porém, de forma pacífica. Bloqueios de estrada foram feitos por posseiros e há ameaça de violência, como tuitou a jornalista Andreia Fanzeres (@Andreiafanzeres):
http://www.xingu-otomo.net.br/
Jornais de MT noticiam hj que invasores de #m

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